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quinta-feira, 16 de julho de 2020

ENQUANTO A ETE NÃO VEM

Joaquim Teófilo (Professor e membro comum da SODEMA)


A Bacia Hidrográfica do Rio Grande recebe uma vazão considerável do Ribeirão São João como um dos seus afluentes mais poluídos. O Ribeirão São João nasce no município de Candeias com nascente vindo da serra da Ema, passando dentro da cidade de Campo Belo e desaguando no Lago de Furnas na localidade chamada Machadinho. Não temos a medida linear, mas são mais de 50 km de extensão e não ultrapassando os 10 metros de largura.

Nesse tortuoso caminho é formado por diversos córregos sendo os mais importantes: do lado esquerdo – Areias e São Pedro e do lado direito – Jacutinga, Arrudas, São Luiz, Lava-Pés, Patrícios, Bugre/Parreiras.

Campo Belo tem na estimativa do IBGE para 2019, 54.029 mil habitantes. Produz devidamente o esgoto industrial e o esgoto caseiro. Não temos mais presença de peixes na parte central e na parte abaixo. Não temos mais o esgoto lançado diretamente nas ruas. A cidade tem o esgotamento sanitário lançado na rede de esgoto. O Departamento Municipal de Água e Esgoto (DEMAE) é uma autarquia que cobra da população uma taxa pela rede de água e esgoto. Para tanto construiu uma Estação de Tratamento de Água buscando o precioso líquido do córrego do Bugre, do Córrego dos Parreiras e agora também do Ribeirão São João. Porém, não tem até o momento a Estação de Tratamento de Esgoto – ETE.


O esgoto pago pela população é lançado in natura dentro do Ribeirão São João que o polui incessantemente desde a origem do órgão. Num breve inventário realizado pela SODEMA sobre o Ribeirão São João apresentado no Conselho de Política Ambiental com sede em Varginha – MG chegou-se a conclusão que o DEMAE é um órgão poluidor e cometendo crime ambiental de acordo com as Leis Ambientais.

Por esse motivo em 2004 a Sociedade de Defesa do Meio Ambiente – SODEMA junto com a Associação dos Amigos do Ribeirão São João (inativa atualmente), entraram com uma Ação Civil Pública contra o DEMAE para que este fizesse a ETE. Como o prefeito não quis fazer o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público (MP) a prefeitura sofreu o processo.


O Ministro das Comunicações esteve em uma reunião concorrida no Country Clube de Campo Belo juntamente com o presidente de Furnas e da ALAGO para assinar um convênio federal para os municípios fazerem seus projetos de Estação de Tratamento de Esgoto. Embora o órgão já fizesse declaração na mídia local que o projeto da ETE está no Ministério das Cidades para ser apreciado no sentido de captar verba federal. O Secretário de Planejamento também declarou que os emissários estão sendo construídos até que a ETE seja feita na localidade chamada de Taboão sentido Povoado dos Croados, a menos de quatro quilômetros do perímetro urbano de acordo com o atual Plano Diretor municipal. Divulgaram que havia 27 milhões na Caixa Econômica Federal para a Construção da ETE, porém até o momento nada foi realizou-se nesse sentido. E o Ribeirão continua recebendo detritos poluídos criminosamente e nossas lideranças políticas e jurídicas lamentavelmente nada fazem para acabar com isso.

O Ministério Público do Meio Ambiente solicitado pela SODEMA tomou algumas providências também com respeito a poluição das águas pelas indústrias de Campo Belo e pelos proprietários de terra que margeiam o Córrego do Bugre. Foram reuniões diferentes pelo conteúdo tratados. E recentemente um encontro com os proprietários de Olarias quando ficou de se criar uma Associação. E a ALMG promoveu uma audiência pública para regularizar o DNPM e outras irregularidades.


Além da poluição da água diretamente falando temos outras agressões ao meio ambiente do Ribeirão São João no seu curso.

Contabilizamos em resumo nove itens:

a) desmatamento e assoreamento das nascentes;

b) desmatamento e assoreamento da mata ciliar;

c) plantação de eucalipto, café e cana de açúcar em Área de Proteção Permanente (APP);

d) criação de gado, porcos em APP;

e) lançamento de lixo nas nascentes e córregos;

f) construção de casas em (APP);  

g) utilização das APP’s pelas olarias na fabricação de tijolos, formação de lagos;

h) retirada irregular de areia;

i) lançamento de agrotóxicos e produtos contaminantes e perigosos;

j) desvios de seu curso natural;

O correto é fazer um PLANO DIRETOR para a bacia hidrográfica do ribeirão São João.

Como já dizia o poeta popular:

RIBEIRÃO SÃO JOÃO

DE ÁGUAS MORTAS

E MORTÍFERAS!


 
 
 

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Queimadas provocam prejuízos à natureza, à saúde e às redes elétricas

Nos últimos 12 meses, 50 mil clientes ficaram sem energia, por causa das queimadas.

Com o período de seca aumentam as chances das queimadas urbanas e rurais que causam prejuízos às comunidades, colocam vidas em perigo e afetam o fornecimento de energia elétrica. 


"As queimadas próximas à rede elétrica podem provocar o desligamento de energia. Mesmo sem atingir a rede, elas podem colocar em risco a distribuição de energia, já que não é necessário que as chamas encostem nos cabos para provocar curtos-circuitos nas linhas de energia, pois o calor das queimadas pode provocar ocorrências como o rompimentos de cabos e danos aos equipamentos, prejudicando o fornecimento. Nos últimos 12 meses, as ocorrências provocadas por queimadas interromperam o fornecimento de energia para mais de 50 mil clientes", explica o gerente de Operações da Energisa Minas Gerais, Anderson Rabelo.

 

Além de causar danos ao meio ambiente, colocar a natureza, plantas e animais em perigo, a ocorrência de queimadas provoca danos à saúde, principalmente em períodos mais secos como este. Quem sofre com doenças respiratórias, tem sua saúde abalada.  "Seja no campo ou na cidade, as pessoas devem redobrar a atenção. Orientamos o produtor rural a se informar com os órgãos responsáveis, como a Secretaria de Meio Ambiente ou Sindicato Rural de sua cidade, onde poderá obter orientações sobre técnicas que substituam a necessidade de uma queimada", instrui Rabelo. 


Todos os anos as queimadas provocam grandes prejuízos, tais como empobrecimento do solo, poluição, danos às redes de eletricidade, além de acidentes rodoviários. Diante disso, ao identificar um foco de incêndio, informe o departamento de meio ambiente de seu município e o Corpo de Bombeiros. Se for próximo às redes elétricas, notifique também a Energisa Minas Gerais pelo telefone 0800 032 0196 (ligação gratuita), pelo aplicativo Energisa On ou pelas redes sociais (Facebook.com/energisa).