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sábado, 31 de outubro de 2020

POR QUE O ASFALTO NÃO É AQUI?

 No dia 29 de julho de 2020, a Sociedade de Defesa do Meio Ambiente – SODEMA e o representante da Comunidade local Machado, após tentativas de contato com o Secretário de Obras e Prefeito Municipal para um diálogo e abertura de uma Audiência Pública Municipal para discutir sobre o projeto de construção da estrada asfaltada que liga Campo Belo perímetro urbano até ao povoado do Capão, encaminhou um ofício ao Promotor do Meio Ambiente de Campo Belo.

O documento enviado com vários anexos e um abaixo-assinado por 62 assinaturas contra o desvio da estrada a partir da Cerâmica Parreiral pelo Lixão chegando ao Passatempo sem ter um trevo para a saída e entra de bicicletas, veículos pequenos e caminhões. O pedido de Audiência Pública Municipal foi encaminhado à Prefeitura Municipal, à Câmara Municipal e ao Promotor do Meio Ambiente, mas até agora não nos foi concedido esse direito de debater a forma e o trajeto do local a ser asfaltado.

No governo do ex-prefeito Túlio Miguel a Prefeitura fez um projeto de asfalto para beneficiar a empresa Viver Minas e o asfalto sairia onde é hoje a Vibrita pegando a antiga via férrea da água mineral Natureza passando pelo povoado Capão e seguindo reta até a BR 369. O Departamento de Estrada e Rodagem concedeu um documento à Prefeitura autorizando fazer um trevo. Esse caminho da Cerâmica (onde está o desvio) até a BR mede 1,4 metros, enquanto o apresentado agora pela Prefeitura mede 3 km, porém sem trevo.

Solicitamos se a Prefeitura Municipal de Campo Belo tem licenciamento ambiental para construir a obra, se existe um Plano Diretor para a implantação das empresas e ou a possibilidade de extensão de um perímetro urbano no local, até o momento não obtivemos resposta. Apenas isso -  tirem as suas conclusões:

“Assessoria Administrativa – 21/08/2020. 

EM ATENÇÃO AO OFÍCIO DATADO DE 29/07/2020 SOBRE O PROJETO DE CONSTRUÇÃO DE UMA ESTRADA ASFALTADA  EM NOSSO MUNICÍPIO EM QUE NÃO CONCORDAM COM O LOCAL PARA DESVIO PROPOSTO PELA PREFEITURA, TEMOS A EXPOR:

- A ATUAL ADMINISTRAÇÃO DESCONHECE A EXISTÊNCIA DE UM OUTRO PROJETO PARA CONSTRUÇÃO DA ESTRADA;

- A ESTRADA ACOMPANHOU O TRECHO JÁ EXISTENTE;

- CASO HOUVESSE MUDANÇA NO TRECHO A ATUAL ADMINISTRAÇAO DEVERIA SE RESPONSABILIZAR CIVILMENTE POR TODO DANO, INCLUSIVE ACIDENTES A TERCEIROS, DURANTE TODA A EXECUÇÃO, IMPLANTAÇÃO, MANUTENÇAO E REPAROS NO ACESSO QUE SERIA LICENCIADO PELO DEER. ASSIM, S.M.J., A ADMINISTRAÇÃO ENTENDEU SER MELHOR A CONSTRUÇAO DA ESTRADA CONFORME O TRECHO JÁ EXISTENTE”.

Na parte do desvio notamos o seguinte: terão que construir uma ponte do tamanho aproximado entre 5 a 10 metros de comprimento, e no local por ser brejo (área de APP) terá necessariamente de um aterro devido às inundações principalmente no período das águas que se acentuam de setembro a março de cada ano. 


                                   RETIRADA DE DIVERSAS ÁRVORES - Como era antes 

Já tiveram que cortar diversas árvores nativas ( foto ) . Notamos também que devido a uma curva muito acentuada terão que indenizar proprietários de terra para suavizar a passagem. Qual seria o valor dessas indenizações? De onde vem o recurso dessa obra? E quanto ficará o seu valor passando pelo desvio? Nesse local aprovado pela Câmara Municipal de Campo Belo e pelo Departamento de Obras da Prefeitura muitos caminhões das empresas (CERÂMICA PARREIRAL, ÁGUA MINERAL NATUREZA, VIBRITA/VIVER MINAS MINERAÇÃO LTDA e dos proprietários rurais) que circulam no local para levar e ou trazer produtos precisam subir uma inclinação aproximada de 15 º, com diversas curvas e sem trevo na saída do desvio, após o lixão da cidade onde adentram na BR 369 correndo assim um grande perigo. Com histórico de diversos acidentes neste local. Por que este trevo não vai ser construído?   

         A posição inicial do DEER é que a obra foi aprovada no projeto da antiga ferrovia em todo traçado até a BR 369 ligando-o até a empresa Viver Minas onde hoje funciona a Vibrita. Sabemos que isso não vai acontecer, o asfaltamento não passa ao lado do povoado Machado e nem vai até a empresa citada. Este asfalto é um antigo sonho das comunidades, empresas, produtores rurais, usuários, porém a forma de ser feito não atende plenamente a todos. A obra não será concluída de uma forma mais que atenda plenamente a todos e seu gasto público estão sendo questionado pelo desvio que será feito. Necessitamos também de saber como foi a licitação da empresa terceirizada para esta construção. Preocupa-nos sobre o gasto desta obra (num momento de pandemia e crise econômica) ser maior com o desvio pela sua dificuldade e extensão e não pelo antigo trajeto bem mais curto 1,4 km, um trevo que pode ser muito bem igual ao da entrada de Cristais ou até mesmo do de Santana do Jacaré. A qualidade deste asfalto devido ao grande fluxo de caminhões pesados também precisa ser garantida.                                                                                                                                                Notamos aí um forte apelo político nesta obra quando não tem todos os requisitos legais e democráticos para sua construção: Desenvolvimento Sustentável e Democracia Participativa.


Na Foto , José Augusto e Joaquim Teófilo

REPRESENTANTE DA SODEMAJoaquim Florisvaldo Teófilo                                                            REPRESENTANTE DA COMUNIDADE LOCAL  - José Augusto de Freitas Lima - Comunidade do Machado